Do Pernambuco.com
O presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse estar preocupado com a perspectiva de crescimento econômico do país em 2013 e afirmou que às vezes falta rumo estratégico ao país. Em palestra promovida pelo jornal "Valor Econômico", Campos demonstrou insatisfação com o crescimento menor do que o esperado do país em 2012. Para ele, é preciso haver um diálogo "nacional, sereno e colaborativo" para que o país cresça no ano que vem.
"Temos que ganhar o ano de 2013 na perspectiva do rumo estratégico. E esse (rumo) estratégico às vezes parece ao país que ele está faltando. Porque uma geração de prefeitos vão assumir e uma geração de governantes está aí e é preciso que a gente tenha uma leitura de para onde estamos indo", disse Campos, no seminário "Novos ventos na política brasileira", em São Paulo.
Segundo ele, é preciso alavancar os investimentos, mas também melhorar a infraestrutura, a educação, e tecnologia do país.
Na opinião de Campos, o debate eleitoral de 2010 foi extremamente pobre porque não se discutiu projetos para o país.
O governador afirmou que é preciso ajudar a presidente Dilma Rousseff a votar todos os marcos regulatórios pendentes no Brasil, pois isso pode atrair investimentos para o país.
"É preciso deixar claro os marcos regulatórios de alguns setores onde pode haver dúvida por parte do mercado", disse, citando que a garantia de financiamento de longo prazo também permitirá a atração de investimentos privados.
Campos afirmou que, em relação aos investimentos públicos, é preciso haver um acesso mais fácil a recursos.
"Do ponto de vista do investimento público, passa por uma visão de desconcentração na federação de acessos a recursos. Uma parte do receituário usado para enfrentar a crise tirou de estados e municípios recursos que estão faltando agora para o investimento. O governo federal tem se proposto a ajudar com novas linhas de financiamento, mas os municípios não têm isso", afirmou.
Para ele, em 2013 é preciso focar no crescimento da economia e não em interesses partidários.
"Tudo que o Brasil não precisa é eleitoralizar o ano de 2013. Já temos eleições a cada dois anos. Se no ano que não tem eleição e com uma crise como essa a gente começar a ver interesses de partido e não ver interesses do Brasil, aí, sinceramente, quem vai pagar essa conta são os mais pobres."
Questionado sobre se ficaria mais fácil concorrer à presidência da República em 2014 num cenário de crise, Campos disse que quer que Brasil vá bem.
"Queremos ajudar a presidenta Dilma, que é nossa companheira, a poder dar conta desse desafio, que não é só dela, é do país. Temos que ter uma ação solidária. Quem entrar nessa de torcer "quanto melhor, pior", vai se dar mal", disse.
Para ele, as pessoas têm que deixar as diferenças políticas de lado para ajudar a nação e a presidente Dilma Rousseff.
"Candidaturas a 2014 nesse momento não fazem bem à economia brasileira, ao povo, ao futuro do Brasil."
Campos evitou dizer em que aspectos o governo federal cometeu mais erros no que refere à política econômica.
"O último trimestre foi duro de maneira geral para o mundo. A gente não esperava que fosse tão duro. Medidas foram tomadas e (a economia) não respondeu. Agora não é hora de ficar "ah, o governo errou nisso, errou naquilo". Onde é que o governo precisa acertar? Acertar é acelerar o investimento. O município, os estados e a União podem ajudar", afirmou.
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