Do Correio Braziliense
Apesar de ser a maior economia da América Latina, o Brasil está na lanterna quando o assunto é crescimento. A Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) reduziu de 1,6% para 1,2% a previsão de expansão do país em 2012 . O país foi um dos poucos a ter a previsão feita em outubro rebaixada. A nova projeção é a segunda pior na região, excluindo o Caribe, atrás apenas do Paraguai, que deverá ter uma retração de 1,8% este ano.
O Panamá continua na liderança de crescimento na América Latina, com taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano em dois dígitos: 10,5%, um ponto percentual abaixo do registrado em 2011. Para 2013, a estimativa é de um avanço de 7,5%, segundo o relatório “Balanço Preliminar das Economias da América Latina e do Caribe 2012” divulgado hoje pela entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). Além de ter uma expansão igual a El Salvador neste ano, o desempenho brasileiro ainda está abaixo do crescimento previsto para a região, de 3,1%, percentual abaixo da estimativa de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) latino-americano feita no início do ano (3,7%). Já expectativa para o PIB brasileiro para este ano era um pouco abaixo: 3,5%. Em 2011, enquanto o Brasil cresceu apenas 2,7%, os países da região avançaram 4,3%.
Para 2013, as estimativas da Cepal são de aumento de 3,8% do PIB da região e de 4% para o do Brasil. “O avanço da economia na América Latina em 2013 será impulsionado, fundamentalmente, pelo maior dinamismo e a recuperação das da Argentina e do Brasil, principalmente, no setor agrícola, que deverá ter melhora na safra do próximo ano. Acredito também aumento no crédito no Brasil”, disse a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena. “O crescimento será moderado e haverá maior dinamismo nos investimentos nesses dois países que estarão tendo uma recuperação clara”, disse Alicia. Ela destacou os programas do governo brasileiro de concessão em portos e aeroportos e a redução dos preços de energia como alavancas desse desempenho melhor do Brasil em 2013. De acordo com o secretário-adjunto da entidade, Antonio Prado, o peso do Brasil na economia da região é de um terço, ou seja, 33%, e, por isso qualquer desaceleração no país afeta claramente os dados da região.
A secretária-executiva da Cepal destacou que ainda persiste na América Latina e Caribe o desafio de aumentar e estabilizar o crescimento do investimento e não depender apenas do consumo para estimular a mudança estrutural e dar sustentabilidade ao crescimento. Ela informou que o desempenho nas exportações na região também surpreendeu. As exportações deverão crescer, em valores, apenas 1,6% este ano contra uma expansão de 22,3% em 2011. “A desaceleração da Europa e da China, principais destinos dos países exportadores, como Brasil e Argentina, afetou drasticamente o comércio regional”, destacou Alicia. “O Brasil teve uma importante desaceleração e isso é um dos motivos principais pela desaceleração na região”, emendou.
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