Da Reuters
O ministério holandês da Justiça disse que talvez não
consiga abrir uma exceção para os "coffee shops" de Amsterdã na lei que proíbe a
venda de maconha para estrangeiros na Holanda.
Nesta semana, consumidores de maconha haviam suspirado aliviados com a
notícia de que o prefeito da capital, Eberhard van der Laan, anunciou que os
coffee shops (bares especializados na venda de maconha e derivados) continuariam
atendendo estrangeiros.
O governo conservador nacional, que foi derrotado nas eleições de setembro,
havia prometido que, a partir de 2013, apenas cidadãos holandeses seriam
autorizados a comprar droga nesses locais.
Os coffee shops de Amsterdã atraem milhões de turistas por ano, e os
proprietários dos estabelecimentos se mobilizaram contra a nova lei holandesa.
"Entendemos que a política do governo central é ter uma política para o país
inteiro", disse uma porta-voz da prefeitura. "Mas a situação de Amsterdã é muito
diferente do resto do país, porque temos muitos turistas."
Mas o empenho do prefeito contra a lei causou irritação em Haia, sede do
governo nacional, onde é travada uma disputa que irá definir o futuro da
tolerante política de drogas adotada no país décadas atrás.
Os dois partidos que estão formando o próximo governo da Holanda querem
autorizar os municípios a contornarem a proibição nacional imposta pelo governo
demissionário, que inclui os democratas cristãos.
Mas o Ministério da Justiça disse não haver garantias de que a lei será
alterada para atender às preocupações de Amsterdã.
"O acordo da coalizão diz que os turistas serão barrados nos coffee shops de
todo o país", disse uma porta-voz. "A adequação que haverá para as exigências
locais é algo que ainda não foi finalizado."
O governo conservador impôs a nova lei sob o argumento de que a maconha
vendida nos coffee shops está se tornando mais forte e perigosa, e que os
estabelecimentos têm ligações criminais.
"O prefeito sabe que fechar os coffee shops levará a todo tipo de problema",
disse Laurens Buijs, sociólogo da Universidade de Amsterdã. "Os prefeitos sabem
que a abordagem ideológica do governo não está realmente ajudando."
Autoridades locais argumentam que a proibição afetará não só a economia das
cidades, como também irá incentivar o tráfico nas ruas e elevará a
criminalidade.
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