sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Crescimento será menor do que a pior estimativa anunciada...

Do Estadão.com.br

O economista-chefe da MCM, Fernando Genta, afirmou à Agência Estado que "é praticamente impossível que o PIB suba mais que 1,1%" neste ano. Segundo ele, para que isso ocorresse, a economia teria que avançar mais que 1,5% no quatro trimestre, na margem. Ele espera que o Produto Interno Bruto avance perto de 1%.

Com as surpresas negativas exibidas pelo IBGE sobre o nível de atividade no terceiro trimestre, que subiu apenas 0,6% ante os três meses anteriores, ele revisou sua projeção para o crescimento do País em 2012, de uma alta de 1,4% para uma elevação entre 1% e 1,1%.

Com a retração de 2% dos investimentos na margem entre julho e setembro, uma marca bem maior que a retração de 0,2% prevista por ele, ele reviu a projeção da Formação Bruta de Capital Fixo para o ano, de uma queda de 2,4% para um recuo de 3%. Os serviços também apresentaram um resultado inferior ao esperado por ele, pois aguardava uma alta de 0,6%, mas ficou estável.

"Não existe mais a desculpa dos fatores externos afetando o PIB. A reação da economia não está ocorrendo, por causa de muitas incertezas internas, como a manutenção do tripé macroeconômico, as intervenções do governo em vários setores produtivos e até a inadimplência das pessoas físicas, que está em 7,9% há quatro meses", disse.
Para Genta, o pífio desempenho do PIB neste ano, que avançou apenas 0,1% no primeiro trimestre, 0,2% no segundo trimestre e 0,6% de julho a setembro, na margem, vai aumentar o debate no mercado sobre se o Banco Central voltará a cortar os juros em janeiro, na primeira reunião de 2013.

"O Copom agiu corretamente na quarta-feira, ao ter mantido as taxas estáveis. O problema da expansão do nível de atividade não é mais redução de juros, que está em 7,25% ao ano, mas sim outros fatores, como muitas dúvidas no horizonte, sobre câmbio, crescimento do País, ambiente de negócios e pouca clareza em questões regulatórias para vários setores produtivos", disse. "Este é o momento mais delicado do governo Dilma Rousseff na gestão da economia, com crescimento fraco em dois anos e alta inflação", destacou.

Para Fernando Genta, é esperado que o governo dará continuar a desonerações para estimular a economia no próximo ano. Ele revisou sua projeção do PIB em 2013, de uma alta de 3,9%, que já estava com viés de baixa, para uma elevação entre 3% e 3,5%. A sua previsão de investimentos também recuou para o próximo ano, de uma elevação ao redor de 5% para uma expansão de 3%.

Serviços e gastos de governo surpreendem por baixo desempenho

O setor de serviços e a rubrica gastos do governo surpreenderam pelos seus respectivos baixos desempenhos na abertura do Produto Interno Bruto (PIB) referente ao terceiro trimestre de 2012. Por isso, esses itens foram os responsáveis pelo desvio das projeções do mercado em relação ao dado efetivo do indicador. A avaliação é do economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank (Besi Brasil), Jankiel Santos.

"O PIB foi surpreendentemente fraco e mais surpreendente ainda pelo setor de serviços rodando próximo de zero e os gastos do governo crescendo apenas 0,2%", estranhou o economista do Besi Brasil. Ele esperava que o PIB como um todo fosse se expandir em 1,2% no terceiro trimestre. Hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o crescimento econômico realizado no período foi de apenas 0,6% na margem, na comparação entre o trimestre em análise e o trimestre anterior.

Para os gastos públicos, que oficialmente subiram apenas 0,2%, o economista tinha uma previsão de 1%, mesma estimativa para a expansão de serviços. "É muito estranho os serviços e os gastos do governo ficarem em torno de zero. Agora estamos analisando os dados para entendermos o que aconteceu", disse o economista.

De acordo com ele, no caso específico dos gastos do governo, o número não condiz com os dados do Tesouro Nacional. "Foi daí que veio o erro", lamentou. De acordo com Santos, a sua projeção de PIB para o ano terá que ser revisada para baixo agora. "Até esta manhã era de 1,7%. Agora vamos ter que reduzi-la. Não sei ainda para quanto", afirmou.

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