Da BBC Brasil
Apesar dos protestos que reuniram milhares de pessoas, os
parlamentares gregos aprovaram na noite deste domingo o orçamento de 2013 do
país, prevendo uma série de cortes e outras medidas de austeridades.
O orçamento foi apoiado por 167 parlamentares, enquanto 128 votaram contra. A aprovação desse orçamento era uma pré-condição para que Atenas pudesse receber a ajuda de 31,5 bilhões de euros (mais de R$ 80 bilhões) da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Sem ela, havia sérios riscos de que o país entrasse em um colapso
financeiro.
Antes e durante a votação, mais de 100 mil manifestantes se reuniram diante do Parlamento, no centro de Atenas.
O premiê Antonis fez um apelo, dizendo que os cortes orçamentários serão os últimos que os gregos terão de enfrentar.
"A Grécia fez o que lhe foi pedido. Agora é hora para os credores assumirem os compromissos que fizeram", disse.
Desafios
Samaras já havia dito que sem auxílio da UE e do FMI, o país poderia enfrentar uma falta de dinheiro no fim desta semana. A economia do país deve encolher 4,5% em 2013.
Ministros da zona do euro vão se reunir em Bruxelas, na Bélgica, nesta segunda-feira, poucas horas após a votação. Samaras deve participar do encontro.
Um dos principais desafios enfrentados por Samaras é que pode levar semanas até que a União Europeia aprove a nova cota de ajuda, segundo o correspondente da BBC em Atenas, Mark Lowen. Isso porque ela tem de ser aprovada primeiro por alguns parlamentos dos países do bloco, incluindo a Alemanha.
Um pacote de austeridade já havia sido aprovado na semana passada, diante de protestos violentos, em que manifestantes lançaram coquetéis molotov contra a polícia de choque, que respondeu com bombas de gás lacrimogêneo.
No limite
Os credores da Grécia também querem entrar em acordo sobre como reduzir os débitos a um nível aceitável antes de emprestar mais dinheiro, ainda de acordo com Lowen.
Evangelos Venizelos, cujo partido socialista Pasok integra a coalizão do governo, fez um alerta aos parceiros europeus, dizendo que qualquer atraso no empréstimo pode ter impactos negativos não são para a Grécia mas para a zona do euro como um todo.
"A Grécia chegou a seu limite", disse.
Já o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, afirmou que ninguém se opõe ao fundo de ajuda, mas que o governo grego deveria ter cumprido as metas para obtê-lo meses atrás.
"Não somos responsáveis por essa urgência. Todos as pessoas responsáveis por ela estão ciente dos prazos faz muito tempo."
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