Do Estadão.com.br
A ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes Fernanda Gomes de Castro afirmou em
depoimento na tarde desta quinta-feira que a denúncia de que outra ex-amante do
jogador, Eliza Samudio, foi assassinada é "verdadeira". Mas alegou à juíza
Marixa Fabiane Lopes, que preside o julgamento sobre o caso em Contagem, na
região metropolitana de Belo Horizonte, que "não sabe" porque está sendo acusada
do sequestro e cárcere privado da vítima e do bebê que Eliza teve com Bruno.
Ela assumiu, porém, que foi encarregada de cuidar da criança ainda no Rio de
Janeiro, quando mãe e filho foram levados para a casa do atleta por Luiz
Henrique Ferreira Romão, o Macarrão. E que seguiu com o goleiro para a região
metropolitana de Belo Horizonte em um carro, enquanto Eliza era levada para o
mesmo local por Macarrão e Jorge Rosa, primo do atleta já condenado pelo crime,
em outro veículo.
Fernanda também admitiu que mentiu em depoimento à Polícia Civil sobre a
agressão de um primo de Bruno, Jorge Rosa, então com 17 anos e já condenado por
envolvimento com o assassinato, contra Eliza. Durante as investigações do caso,
Fernanda alegou que o hematoma apresentado por Eliza teria sido causado por um
assalto, apesar de saber da real agressão, ocorrida no Rio de Janeiro.
Em depoimento de cinco horas e cinco minutos encerrado às 4h13 de hoje,
Macarrão acusou Bruno de ter mandado matar Eliza e admitiu que a vítima foi
mantida em um sítio do goleiro em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo
Horizonte, até ser levada para ser entregue a seu assassino - que alegou não
saber identificar - na região da Pampulha, na capital.
Fernanda também admitiu ter estado com Eliza em um jogo de futebol em
Ribeirão das Neves, também na Grande BH, e no sítio. Mas o depoimento da acusada
tem uma série de contradições em relação ao de Macarrão, do qual o promotor
Henry Wagner Vasconcelos também apontou diversas lacunas em relação às provas
levantadas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual (MPE).
O depoimento de Fernanda foi o último antes do início dos debates orais entre
acusação e defesa para que o júri popular, formado por seis mulheres e um homem,
decida o destino de Fernanda e Macarrão. Há expectativa de que o resultado do
julgamento seja divulgado ainda na noite de hoje ou na madrugada de amanhã.
Um dos advogados de Bruno, Lúcio Adolfo Silva, encontrou-se com o goleiro na
manhã desta quinta na penitenciária e disse que o jogador ficou "decepcionado"
com o depoimento de Macarrão. Mas, de acordo com o defensor, Bruno "compreendia"
as acusações devido à pressão que Macarrão estava sofrendo desde o início do
caso.
O goleiro também seria julgado em Contagem, assim como o ex-policial civil
Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de ter executado Eliza, e a
ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues do Carmo, processada pelo sequestro e
cárcere privado do bebê de Eliza com Bruno. No entanto, uma série de manobras
dos advogados desde o início do julgamento levou ao desmembramento do processo
em relação a esses acusados.
Eles serão julgados a partir de 4 de março de 2013, junto com Wemerson
Marques de Souza, o Coxinha, e Elenílson Vítor da Silva, também acusados de
envolvimento no crime. A defesa de Bruno já adiantou que vai defender a tese de
que não houve crime, já que o corpo de Eliza nunca foi encontrado. O
desmembramento foi o que permitiu a agilização do atual julgamento, previsto
inicialmente para durar duas a três semanas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário